Do campo à cidade
Apesar do entendimento geral de que as diferentes instituições da Universidade de Lisboa deviam estar próximas umas das outras, a decisão de as reunir na zona do Campo Grande foi lenta e sinuosa. Inicialmente, a solução apontada como mais imediata e económica era a zona do Campo de Santana, ocupando edifícios aí existentes. Mas a partir de 1930, depois de um debate promovido pelo jornal Diário de Notícias, o Campo Grande passou a ser visto pelas elites académicas como o local que reunia melhores condições para acolher a Cidade Universitária de Lisboa.
Nesse mesmo ano, o Governo nomeou uma comissão para o estudo das instalações da Universidade de Lisboa, que confirmou a zona poente do Campo Grande como a melhor localização. Em 1934 deu-se início ao processo de construção dos edifícios da Reitoria e das Faculdades de Letras e de Direito, que levou à encomenda dos respetivos projetos, no ano seguinte, ao arquiteto Porfírio Pardal Monteiro. Já em 1936 arrancaram as expropriações das quarenta e duas parcelas consideradas necessárias para a construção da Cidade Universitária.
Nesta fase, o planeamento urbanístico deste território foi entregue aos arquitetos João Simões e Norberto Corrêa. Mas em 1940, a Câmara Municipal de Lisboa propôs uma nova orientação urbanística, que alinhou os arruamentos com o Campo Grande e situou o eixo principal da Cidade Universitária no enfiamento da Avenida do Brasil. No início de 1955, os arquitetos João Simões e Norberto Corrêa foram novamente chamados pelo Governo para elaborar o estudo de urbanização da zona universitária, em linha com as orientações mais recentes. O novo estudo apresentou-se como um verdadeiro campus universitário, enquadrado numa abundante componente vegetal, mas nunca chegou a ser concretizado. Já em 1971, o arquiteto Carlos Ramos elaborou um novo plano, marcado por uma maior densidade urbana, mas também este não saiu do papel.
Iscte I
(1976 – 1978)
Iscte II / ICS
(1993 – 2002)
Iscte III
(1989 – 1995)
INDEG
(1991 – 1995)
Cartografia-base: Planta da cidade - Levantamento e desenho do I.G.C. em 1950 (folhas 9N/9O/10N/10O). Escala: 1:1000. Data: 1950. Fonte: Gabinete de Estudos Olissiponenses.
Iscte I
(1976 – 1978)
Iscte II / ICS
(1993 – 2002)
Iscte III
(1989 – 1995)
INDEG
(1991 – 1995)
Terrenos expropriados para construção da Cidade Universitária. Documentação-base: Decreto-Lei nº 27262, 24 de novembro de 1936. Fonte: Diário da República, Iª Série, nº 276; Cidade Universitária de Lisboa - planta das expropriações a efetuar. Data: 1940. Fonte: Gabinete de Estudos Olissiponenses. Cota: CDR24 CMLEO. Nº de registo: 66045.