O termo da cidade

O sítio onde hoje se encontra o Iscte conta com presença humana desde tempos muito remotos. Após a reconquista cristã, integrou durante séculos um vasto território denominado como Termo de Lisboa, composto por ricas terras de cultivo, predominantemente ocupadas com vinhas, olivais e culturas hortícolas, cuja produção era destinada, em grande parte, ao abastecimento da cidade.
Histórica e geograficamente incluído na área designada como Campo Grande – o al-balat, árabe-, este sítio foi frequentemente assolado pela presença bélica de militares., quer pelas suas características topográficas, quer pelo acesso privilegiado a Lisboa, cidade em cujos limites foi finalmente incorporado em 1885.

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Iscte I
(1976 – 1978)

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Iscte II / ICS
(1993 – 2002)

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Iscte III
(1989 – 1995)

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INDEG
(1991 – 1995)

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Iscte I
(1976 – 1978)

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Iscte II / ICS
(1993 – 2002)

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Iscte III
(1989 – 1995)

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INDEG
(1991 – 1995)

Do Termo à Freguesia

Lisboa foi outrora rodeada por ricas terras de cultivo, predominantemente ocupadas com vinhas, olivais e culturas hortícolas, cuja produção era destinada, em grande parte, ao abastecimento da cidade. Esta área designava-se como Termo de Lisboa e incorporava os territórios a Norte e Poente da cidade. Desconhecem-se as suas dimensões originais, sendo que a sua extensão territorial variou conforme as épocas. Depois da conquista de Lisboa, o Termo foi organizado, devendo datar desta altura a inclusão de Alvalade Grande na paróquia de Santa Justa. Com o desenvolvimento do Lumiar e a criação da paróquia de S. João Baptista, este território passou a estar-lhe dependente. Já no século XVI, o aumento da população nesta zona levou à criação da freguesia dos Santos Reis. Não se conhece a data nem o motivo da sua renomeação como freguesia do Campo Grande, mas sabe-se que no século XVII já estava estabelecida. Em 1852 esta passou a integrar o recém-criado concelho dos Olivais, mas, em 1885, uma nova revisão administrativa incorporou finalmente a freguesia do Campo Grande no concelho de Lisboa.

Primeiras ocupações

A presença humana neste território começou em tempos muito remotos. Vestígios arqueológicos encontrados nos anos 1950 entre as avenidas 5 de outubro e Forças Armadas demonstram a sua ocupação desde o paleolítico. Vários sinais de presença romana têm sido igualmente registados, principalmente junto à importante via que partia do centro da cidade em direção ao Norte. (ver mais)  Foram os mouros, no entanto, que deram nome ao vasto território situado a Norte da cidade: Alvalade. Este topónimo, referenciado na documentação medieval desde pelo menos 1180, deriva, segundo a interpretação mais consensual, do árabe al-balat, que significando parte chata ou plana, terá passado a designar também um terreno plano. Com o passar do tempo, os campos de Alvalade foram divididos entre Pequeno e Grande, sendo que este último não compreendia apenas a zona que corresponde atualmente ao Jardim do Campo Grande, mas também os terrenos situados a nascente e poente, incluindo assim aqueles onde hoje se encontra o Iscte.

Tempos de guerra

Quer pelas características topográficas, quer pelo acesso privilegiado a Lisboa, esta zona foi frequentemente assolada pela presença bélica de militares. Por aqui terão passado os exércitos de D. Afonso Henriques antes da conquista de Lisboa em 1147, tal como os de D. Henrique de Castela, que devastaram os campos a caminho do cerco da cidade em 1373, conforme relato de Fernão Lopes. Onze anos depois, aqui que se confrontaram as tropas de D. João I e D. João de Castela. Já em 1578, foi campo de treino das tropas que acompanharam D. Sebastião a Alcácer-Quibir. Mais tarde, esta zona foi danificada pelos exercícios das tropas portuguesas aquando das invasões francesas, sendo-o novamente durante as guerras liberais, devido a vários combates aqui travados. Refira-se ainda que, em 1926, também as tropas do Marechal Gomes da Costa se concentraram neste local, o que levou a que o Campo Grande, entre 1935 e 1948, tenha sido denominado como Campo 28 de maio.

Imagens banner: O Campus do Iscte. Ortofotomapa, 2016. © Câmara Municipal de Lisboa

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